sexta-feira, setembro 29, 2006

Deus não é Monopólio de ninguém (Nm 11,25-29)

Aos que têm a tentação de limitar ou condicionar Deus, monopolizando-o para si, as Leituras de hoje lembram-nos DUAS VERDADES:
  1. A PALAVRA de Deus não é monopólio de ninguém: deve ser anunciada por todos: "Oxalá todo o povo profetizasse".
  2. O NOME de Jesus não é monopólio de ninguém: mais do que pertencer ao grupo de Cristo, o importante é estar "em sintonia" com Jesus… Como diz o Papa: "Devemos ser amigos de Jesus, não donos".

* Deus tem uma dimensão de salvação bem mais ampla, do que pensamos… Ele nunca se torna posse de uma instituição ou de um grupo de pessoas. "O seu espírito sopra onde e quando quer".

O REINO não pode ser um grupo fechado e fanático... Deve ser uma comunidade que sabe qual o seu papel e a sua missão, mas reconhece que não tem o exclusivo do bem e da verdade e se alegra com tantas pessoas, que buscam a Deus com sinceridade, praticam com lealdade o Bem, a Verdade e a Justiça, mesmo sem pertencer ao grupo cristão,

O verdadeiro DISCÍPULO não tem inveja do bem que outros fazem, não sente ciúmes se Deus actua através de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade, nem ter o exclusivo de Jesus.

O verdadeiro discípulo esforça-se por testemunhar os valores do Reino e alegra-se com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos, que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.

Jesus não quer que sua IGREJA seja um gueto fechado, mas um rebanho aberto a outras ovelhas, que ainda não são do seu rebanho. Deve estar sempre atenta aos sinais dos tempos, para uma perene renovação, guiada pelo Espírito do Senhor...

quinta-feira, setembro 21, 2006

"Porque discutis?"

As leituras bíblicas de XXV Domingo do Tempo Comum lembram-nos um problema frequente, mesmo nas nossas comunidades cristãs: a tentação do poder. Segundo muitos autores, a sede pelo poder corrompe mais do que a própria imoralidade ou a ganância financeira.

Jesus aponta o CAMINHO para ser o maior... :

1) Em primeiro lugar, o espírito de Serviço... "Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos". Os seguidores de Cristo devem ver o ministério como serviço, não como posto de honra ou lugar de prestígio e poder. Devem usar os dons recebidos de Deus a serviço dos irmãos. O Ministro não é maior, nem mais santo, só por ser ministro.

2) Em seguida, Jesus apresenta uma CRIANÇA como MODELO: "Pegou numa criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a, disse: Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que me acolhe...". Com este gesto, o Mestre deseja apresentar um modelo novo de relações, marcadas pela ternura, pelo serviço e pela fraternidade.
"Por que discutis?"
• Na Sociedade competitiva, em que vivemos, desde pequenos somos dominados pela idéia de que, se não tivermos beleza, inteligência, riqueza, simpatia, nunca conseguiremos sucesso na vida.

• E na nossa Comunidade? Também há discussões, críticas, ambições, rivalidades? Por que? Onde está a raiz de tudo? Desejo consciente ou inconsciente ser o MAIOR? Procuro cargos, títulos, honrarias ou elogios…?

• E nas nossas famílias? Há divisões, conflitos… ciúmes…separações… Por que? Quando um ganha, os dois perdem!... Não há vencedores...

+ Na comunidade cristã, quem são os primeiros? As palavras de Jesus não deixam qualquer dúvida: "Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos".
  • Na comunidade cristã, a única grandeza é a grandeza de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos.
  • Na comunidade cristã não há donos, nem grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes do que as outras, nem distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura, na posição social...
  • Na comunidade cristã há irmãos iguais, a quem a comunidade confia serviços diversos tendo em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir e de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu.

Quais as consequências a tirar para Igreja deste Evangelho?

domingo, setembro 17, 2006

PARA MEDITAR (XXIV Domingo Comum B)



"Que importa se alguém diz que tem fé e não a põe em prática...
A Fé sem obras é morta!"
(Carta de São Tiago)

quinta-feira, setembro 14, 2006

Vai casar pela Igreja....

Vai casar pela Igreja? Então precisa de ver isto.

Ser cristão é...

O que "os homens" dizem de Jesus?
  • Muitos vêem Jesus como um HOMEM BOM, atento aos sofrimentos dos outros;
  • outros vêem Jesus como um admirável MESTRE que tinha uma proposta de vida interessante;
  • alguns vêem Jesus como um grande LIDER, que acendeu a esperança nos corações das multidões carentes;
  • outros, ainda, vêem Jesus como um REVOLUCIONÁRIO, preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre.
    = Todos apresentam Jesus como "um homem" extraordinário, que marcou a história como tantos outros. Mas um HOMEM apenas.

Quem é Cristo para nós?
- Ele é o Messias libertador, que o Pai enviou ao nosso encontro com uma proposta de salvação e de vida plena?
- Temos um conhecimento pessoal de Cristo, ou apenas o que aprendemos na Catequese, nos livros ou nas palestras?

Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus?

  • São os que seguem apenas umas obrigações legais e umas práticas religiosas?
  • A Igreja procura redescobrir o essencial do ser cristão: seguir de Jesus.
  • Ser cristão é seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Seguidor é aquele que renuncia a si mesmo e toma a mesma cruz de Jesus.
  • RENUNCIAR A SI MESMO significa não pensar só em si mesmo. Não se deixar dominar pelo egoísmo, pelo orgulho e pela auto-suficiência.
  • TOMAR A CRUZ não significa apenas suportar as aflições da vida com paciência. A Cruz é o sinal do amor e da doação mais completa. Nós carregamos a cruz todas as vezes que nos sacrificamos a nós mesmos para praticar o bem e fazer alguém feliz.
  • Sinto-me um "Seguidor de Cristo?"

SER, SABER E SABER FAZER: Três Qualidades do Catequista

O povo de Deus recebeu a vocação e a consagração de anunciar e testemunhar o Evangelho. Nesta vocação comum, o Senhor escolhe alguns para o serviço da catequese. Portanto, os catequistas são convocados por Deus mediante a Igreja, para desempenhar a missão evangelizadora da educação na fé.A fim de que estes agentes pastorais possam desempenhar de maneira responsável e qualitativa o seu ministério, devem prestar uma particular atenção às suas competências, entre as quais está o serviço à Palavra de Deus e à Igreja.
A formação
A formação integral dos catequistas, delineada no Diretório Geral para a Catequese numa tríplice dimensão: ser, saber e saber fazer, procura tornar os catequistas capazes de desempenhar de forma mais consciente a sua tarefa na comunidade eclesial.A finalidade destas três características educativas consiste em acompanhar progressiva e permanentemente o agente pastoral da catequese, a fim de que ele possa desenvolver a própria personalidade cristã, aonde confluem os valores e a sabedoria humana, a síntese da fé e o compromisso pastoral.Este programa didascálico comporta o conhecimento da Bíblia e da teologia, da pedagogia e da comunicação, da liturgia e da espiritualidade. Tudo isto não diz respeito de maneira exclusiva a um simples saber intelectual, mas sim a um conhecimento a nível de testemunho, ou seja, a uma profunda experiência de comunhão, de misericórdia e de certeza do amor de Deus, que consiga fazer do catequista um autorizado educador na fé.
Servidor da Palavra
A atitude típica do cristão consiste em praticar na sua própria existência o projecto de vida do Mestre, expresso de forma categórica, com as seguintes expressões: Com efeito, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10, 45). Por conseguinte, é mediante a participação no Mistério pascal de Cristo que cada um dos baptizados se une à vontade do Pai, mas de maneira ainda mais específica aqueles que desempenham um determinado ministério no seio da comunidade eclesial.Consequentemente, a espiritualidade do catequista impõe uma escuta participativa da Palavra em ordem a uma interiorização, a um confronto e a uma resposta existencial. Consciente do seu papel a desempenhar na Igreja, ele tem necessidade de familiarizar-se com a Sagrada Escritura para acompanhar os irmãos na intimidade com o Verbo do Pai.Através da meditação fiel da Bíblia o catequista poderá iluminar, encorajar e instruir os catequizandos a não se deixarem desanimar pelas dificuldades, a não se submeterem aos critérios secularizadores, hoje predominantes na sociedade, e a não venderem a sua dignidade de filhos de Deus.Os livros sagrados forjam a mente e o coração do catequista, tornando-o capaz do martírio, ou seja, de dar testemunho da fé, onde se manifesta a sabedoria bíblica, porque conquista o domínio da Sagrada Escritura; inquietude missionária, porque adquire a consciência do incansável zelo missionário evangelizador de Jesus, caminha no seguimento dos seus passos para alcançar todas as pessoas com amor salvífico; caridade veemente, porque segundo o exemplo do Senhor se inclina diante do sofrimento do homem para dar alívio e infundir esperança, sinais evidentes de que o seu agir constitui um eco do novo mandamento: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro manda mento. O segundo é semelhante a este: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas» (Mt 22, 37-40).Da recepção humilde e obediente da Palavra revelada, o catequista dispõe-se a servir a comunidade eclesial para a edificar na comunhão, na diaconia e na missionariedade.
Servidor da Igreja
O ministério do catequista nasce, vive e realiza-se no seio da Igreja; por isso, ele pode ser considerado plena e justamente animador da comunidade eclesial, promotor da educação, da alimentação e do amadurecimento da sua fé, além de testemunha daquilo em que o povo de Deus acredita, daquilo que o mesmo celebra, vive e reza.Uma das finalidades específicas da catequese consiste em iniciar os catecúmenos na vida comum, onde se vive a experiência de amar e louvar a Deus, de se ajudarem uns aos outros e de se aperfeiçoarem fraternamente, de com partilharem as tribulações e as alegrias, de oferecerem a própria disponibilidade, tolerância, paciência e prudência nos relacionamentos interpessoais, de tal maneira que, em qualquer situação, a Igreja se apresente como ícone da Santíssima Trindade.Nesta altura, é necessário relevar a importância do relacionamento de colaboração entre os catequistas e os pastores, em vista de realizar conjuntamente a programação pastoral da catequese, para que ela possa corresponder de maneira constante à sua natureza no contexto da missão evangelizado ra da Igreja.Por sua vez, os pastores que se interessam sinceramente pela preparação dos catequistas, cuidam da sua competência doutrinal e metodológica, enquanto se dedicam à orientação espiritual e virtuosa destes agentes pastorais. E tudo isto, sempre para servir e edificar a Igreja de Deus, na certeza de que cada um dos ministérios encontra a sua gênese na confiante chamada divina. "Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e que vos destinei para irdes e dardes fruto, e que o vosso fruto permaneça" (Jo 15, 16).
O serviço eclesial à Palavra
Através de uma análise da realidade social contemporânea, evidencia-se o afastamento de tantos baptizados da Igreja, porque os valores que no passado orientavam o comportamento humano, actualmente são ameaçados por uma mentalidade ateia; por conseguinte, é necessária uma séria e qualificada catequese em que a Palavra de Deus seja apresentada orgânica e unitariamente, mediante a sua linguagem narrativa dos acontecimentos salvíficos e através do seu impetuoso poder de redenção.Não com menos urgência, é necessário demonstrar a identidade apostólica da igreja, onde o catequista desempenha o seu serviço em particular sintonia e comunhão com ela. Quanto mais forem evidenciados o amor e a responsabilidade em relação à comunidade eclesial, tanto mais os catequizandos se sentirão como verdadeiros filhos da igreja, orientados pelas Sagradas Escrituras.
(L'Osservatore Romano)

segunda-feira, setembro 04, 2006

O que me impede de participar na Eucaristia?

O Ano dedicado à Eucaristia e o Sínodo que o coroou revelaram-nos dados estatísticos sobre a frequência e participação na Eucaristia por parte dos membros da Igreja que nos deixam a reflectir dramaticamente sobre a preparação e vivência desta celebração.
Aqui fica mais este contributo dirigido aos cristãos que, por vezes, se deixam levar mais facilmente pelas coisas do mundo e deixam de particitpar no dom maravilhoso que Jesus nos deixou como alimento de vida eterna.
Deixo de participar à Eucaristia, sobretudo ao Domingo, porquê?
Por preguiça?
Por cansaço?
Porque estou com os amigos? E o Amigo?
Por causa do Padre?
Porque não é vivida com alegria? Porque não colaborar?
Porque não me diz nada?
Porque não me confessei? Por que não?
Porque lá vão os que fazem o mal? Então, quem é que lá deve ir?
Assim,
Como me posso chamar de cristão?
Como poderei viver a fé?
Como poderei ser verdadeiramente feliz?
Custará muito programar uma simples hora para estar com Jesus, em comunidade, para crescer em comunhão e felicidade?