terça-feira, novembro 09, 2010

O sacerdote André Jarlan caiu no Chile em 1984, durante um tiroteio da polícia num bairro popular de Santiago. Foi encontrado com a cabeça reclinada sobre a Bíblia que estava a ler, aberta no Salmo 129: "Das profundezas eu clamo a Ti, Senhor, houve o meu grito...".
André Jarlan tinha exposto a sua vida ao risco, partilhando a grave situação de tensão do bairro onde vivia. Uma das suas últimas cartas dá bem a ideia que o cristão tem da própria vida, uma vida que segue o caminho do martírio: "Os que fazem viver são aqueles que oferecem a própria vida, não os que a tiram aos outros" – tinha escrito -.




"Para nós, a ressurreição não é um mito, mas uma realidade;
este evento, que nós celebramos em cada Eucaristia,
confirma-nos que vale a pena dar a vida pelos outros
e empenha-nos a fazê-lo."

A. Riccardi, Il secolo del martirio, Milano 2000, pág.410-411

quinta-feira, novembro 04, 2010

Paróquia sem dinheiro para concluir obras na Igreja que ardeu em 2002

A Paróquia de Velosa, no concelho de Celorico da Beira, não tem dinheiro para terminar as obras de recuperação da Igreja Matriz que foi destruída parcialmente por um incêndio, no dia 11 de Abril de 2002, daí que tenha apresentado ao Governo a candidatura a uma TNS (Trabalhos de Natureza Simples).
O pároco local, Carlos Helena contou ao Jornal A Guarda que, após o incêndio, a Paróquia investiu mais de 100 mil euros, na recuperação da Igreja que, ficou com a parte da capela-mor (altar, tecto e telhado) destruídos, parte do tecto da nave principal e da sacristia. “Foi colocado um telhado novo na capela-mor, foi feita a recuperação das pinturas do tecto da nave principal, foram recuperados os altares laterais, colocado um novo altar-mor (encimado por uma pintura da escola Grão Vasco que, representa a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora, proveniente de uma antiga capela que, existiu na área da Freguesia) e adquiridas novas imagens da padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, e de São Francisco Xavier, porque as originais arderam”, explicou.
Na intervenção, que também contemplou a instalação de um novo sistema de som e de um alarme de detecção de incêndio, foram gastos mais de 100 mil euros “só com um apoio da Câmara Municipal de Celorico da Beira, no valor de 10 mil euros, do Santuário de Fátima que, contribuiu com uma verba de 2 mil euros, e com o apoio de muitas pessoas da terra, das aldeias das redondezas e de emigrantes nos Estados Unidos da América”.
A intervenção não foi totalmente executada por falta de dinheiro, sendo que a Paróquia pretende colocar “caixotões” no tecto da capela-mor “e depois, fazer as pinturas aos poucos”, explicou o sacerdote, recordando que, o tecto que ardeu também era constituído por caixotões em madeira, com pinturas de santos. Referiu que existe um orçamento de 39 mil euros “só para a colocação da madeira, sem os quadros”. “Concorremos a um projecto de TNS e estamos à espera de aprovação”, disse Carlos Helena, salientando que, a Paróquia é pobre e não tem verbas para a execução da obra. “Se a TNS não for aprovada, não temos possibilidade para avançar com a obra, que é necessária, para dignificar a Igreja”. Lurdes Rodrigues, da Comissão Fabriqueira da Velosa também reconhece que, a intervenção é urgente e necessária porque “o telhado tem à vista uma estrutura em ferro e, tal como está, é muito feio”. Acrescentou que, o telhado do corpo principal da Matriz “também precisa de arranjo, porque quando chove entra um bocadinho de água” junto da entrada principal.
Incêndio ocorreu num dia de trovoada
A mesma responsável referiu ao Jornal A Guarda, que os habitantes da aldeia da Velosa, que tem cerca de 130 moradores, jamais esquecerão o dia em que a Igreja ardeu. “Naquele dia tinha havido trovoada. As pessoas deram conta do incêndio por volta do meio-dia. Recordo-me de tocarem o sino e, quando aqui cheguei vi as chamas na zona do altar. A população juntou-se, uns senhores abriram a porta do fundo e retiraram algumas imagens e as garrafas de gás do aquecimento. Ardeu a capela-mor por completo, o tecto da sacristia e o tecto da nave principal até mais ou menos ao meio”, contou Lurdes Rodrigues, acrescentando que a verdadeira causa do incêndio “nunca chegou a ser apurada”.
A Igreja manteve-se sempre aberta durante as obras que terminaram no dia 25 de Dezembro de 2005.
Jornal "A Guarda"

São Carlos Borromeu - modelo de Pastor e caridade

São Carlos Borromeu (Arona, 2 de outubro de 1538 — Milão, 3 de novembro de 1584) foi um cardeal italiano, primeiro bispo a fundar seminários para a formação dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos catequéticos e conhecimento da doutrina católica.

Biografia
Era filho do Conde Gilberto Borromeo e de Margarete de Medici, irmã do Papa Pio IV (1559-1656), do qual era sobrinho. Carlos recebeu óptima formação humana e cristã, de forma que estudou na Universidade de Pavia e destacou-se pela facilidade de administrar e tratar as pessoas. Chamado a Roma pelo tio Papa, São Carlos mesmo antes de receber os Sacramentos da Ordem, aceitou a nomeação e responsabilidades de Cardeal e Arcebispo de Milão, num tempo em que a Igreja abria-se para sua renovação interna.

Bispo que tornou-se para a Igreja um modelo de pastor e caridade, já que se consumiu por inteiro pela guarda e salvação das almas. São Carlos, logo após ter auxiliado o Papa e tê-lo motivado para colocar em prática todo o inspirado conteúdo do Concílio de Trento (1545-1563), assumiu com todo o ardor a missão de obedecer as decisões do Concílio, o qual respondia as necessidades da Igreja daquela época, e também levar a todos os fiéis da diocese de Milão para o Cristo.


Determinado, foi o primeiro bispo a fundar seminários para a formação dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos catequéticos e conhecimento da doutrina católica; impulsionou a boa empresa e assistiu com seu zelo e apostolado santo toda a sua região além de ajudar na Evangelização de outras áreas da Europa, desta maneira deu sua vida a Deus gastando-se totalmente pelo bem dos outros e da Igreja.

Sentindo-se atraído pela vida contemplativa, pensou em renunciar à arquidiocese. Mas o seu amigo o Venerável Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, dissuadiu-o dessa idéia, convencendo-o de que, naquele século em que o alto Clero tantas vezes dava mau exemplo, seria melhor que ele, altamente colocado na escala social e para além de sobrinho do Papa, desse o bom exemplo de vida santa como arcebispo. Foi o que fez São Carlos Borromeu, modelo perfeito de pastor de almas zeloso, que aplicou em Milão as reformas ordenadas pelo Concílio de Trento.

Bento XVI ao referir-se a ele afirmou: A sua figura destaca-se no século XVI como modelo de pastor exemplar pela caridade, doutrina, zelo apostólico e sobretudo, pela oração.

"Dedicou-se por completo à Igreja ambrosiana: visitou-a três vezes; convocou seis sínodos provinciais e onze diocesanos; fundou seminários para formar uma nova geração de sacerdotes; construiu hospitais e destinou as riquezas de família ao serviço dos pobres; defendeu os direitos da Igreja contra os poderosos; renovou a vida religiosa e instituiu uma nova Congregação de sacerdotes seculares, os Oblatos. (...) O seu lema consistia em uma só palavra: "Humilitas". A humildade imipulsionou-o, como o Senhor Jesus, a renunciar a si mesmo para fazer-se servo de todos" (Audiência do Angelus na praça de São Pedro em 4 de dezembro de 2007, Vatican Information Service Ano XVII - Num. 187)