segunda-feira, dezembro 18, 2006

“Que havemos nós de fazer?”

Um Deus que ama a este ponto os homens, um Deus que não poupa o seu próprio Filho para os salvar, é certamente um Deus que merece ser amado, é um Deus que merece a nossa vida, é um Deus ao qual podemos e devemos confiar a nossa mente e o nosso coração. Um Deus assim é fonte e garantia de alegria e felicidade!

Quando penso que Deus me ama e pensa em mim, precisamente porque me ama; que esse seu amor O leva a vir ao meu encontro, a falar comigo, a partilhar comigo a sua vida e a agir em meu favor; que Deus me ama sempre sem nunca se cansar de mim;

Quando contemplo e considero que Deus está presente no nosso mundo, de um modo tão discreto como evidente; quando experimento que Deus se torna íntimo de cada homem, então sinto que Deus é bom e me faz feliz!

Quando penso que Deus está com todos os homens e mulheres como está comigo; que ama todos os outros como me ama a mim; que partilha a sua vida com todos como o faz comigo; que actua em favor dos outros como actua em mim; que se preocupa e garante o futuro de todos, sem se esque-cer de ninguém, como não se esquece de mim; então sinto que Deus é bom e me faz feliz.

Que fazer para corresponder ao que este Deus faz por mim? Como viver para concretizar o que Deus sonhou para mim? Que caminho percorrer para chegar a viver em Deus, neste Deus que, agora, vive em mim? Queres mesmo ouvir e tomar a sério a resposta às tuas perguntas?
Então, escuta e acolhe, como dirigidas tb a ti, as exortações de João Baptista aos seus contemporâneos:

a) “Quem tem ... reparta com quem não tem”.
A partilha é um fruto e uma expressão do amor do homem. Com esta recomendação, João pretende evidenciar a importância do mandamento do amor ao próximo e como este se deve traduzir no concreto da vida.
Assim, se amas, partilha: partilha o que és, a tua vida e o que tens; partilha o teu saber e põe a render as tuas capacidades ao serviço do teu semelhante; partilha os teus afectos e sentimentos; partilha a tua palavra e o teu silêncio. Olha a tua vida e vive-a em função dos outros; experi-menta a felicidade de viveres para eles. Isso é, de facto, amar e corresponder ao amor de Deus!

b) “Não exijais nada além do que vos está fixado”.
Aos publicanos, João recorda o princípio da justiça. Quanto depende de ti, não exijas a ninguém aquilo a que não tens direito, para que não o prives daquilo que lhe pertence. Pelo contrário, desprende-te do que tens a mais, para que outros tenham o suficiente. Sente alegria, não por teres mais do que os outros, mas porque, graças ao teu sentido de justiça, outros podem viver com dignidade!

c) “Não pratiqueis violência com ninguém”.
Por sua vez, diz aos soldados que eles devem estar ao serviço da paz e não da guerra. Tu, como discípulo de Cristo, és chamado a ser construtor da paz. E queres saber o que podes fazer pela paz?
Vive tu em paz. Antes de mais, respeita a tua consciência; assume os teus defeitos e tenta superá-los; reconhece os teus pecados e purifica-te deles; ouve a voz de Deus e não tenhas vergonha de a seguir. Depois, vence o ódio com o amor, a ambição com a humildade, a mentira com a verdade, as ofensas com o perdão e as desigualdades com a justiça.

O amor, a justiça e a paz. O amor de Deus impele-te a amar o próximo. O amor ao próximo leva-te a ser justo para com ele. O amor e a justiça são o caminho e a garantia da paz.

É esta a contrapartida que Deus espera de ti!
É isto que te faz sentir bem e feliz!

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