quinta-feira, novembro 04, 2010

Paróquia sem dinheiro para concluir obras na Igreja que ardeu em 2002

A Paróquia de Velosa, no concelho de Celorico da Beira, não tem dinheiro para terminar as obras de recuperação da Igreja Matriz que foi destruída parcialmente por um incêndio, no dia 11 de Abril de 2002, daí que tenha apresentado ao Governo a candidatura a uma TNS (Trabalhos de Natureza Simples).
O pároco local, Carlos Helena contou ao Jornal A Guarda que, após o incêndio, a Paróquia investiu mais de 100 mil euros, na recuperação da Igreja que, ficou com a parte da capela-mor (altar, tecto e telhado) destruídos, parte do tecto da nave principal e da sacristia. “Foi colocado um telhado novo na capela-mor, foi feita a recuperação das pinturas do tecto da nave principal, foram recuperados os altares laterais, colocado um novo altar-mor (encimado por uma pintura da escola Grão Vasco que, representa a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora, proveniente de uma antiga capela que, existiu na área da Freguesia) e adquiridas novas imagens da padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, e de São Francisco Xavier, porque as originais arderam”, explicou.
Na intervenção, que também contemplou a instalação de um novo sistema de som e de um alarme de detecção de incêndio, foram gastos mais de 100 mil euros “só com um apoio da Câmara Municipal de Celorico da Beira, no valor de 10 mil euros, do Santuário de Fátima que, contribuiu com uma verba de 2 mil euros, e com o apoio de muitas pessoas da terra, das aldeias das redondezas e de emigrantes nos Estados Unidos da América”.
A intervenção não foi totalmente executada por falta de dinheiro, sendo que a Paróquia pretende colocar “caixotões” no tecto da capela-mor “e depois, fazer as pinturas aos poucos”, explicou o sacerdote, recordando que, o tecto que ardeu também era constituído por caixotões em madeira, com pinturas de santos. Referiu que existe um orçamento de 39 mil euros “só para a colocação da madeira, sem os quadros”. “Concorremos a um projecto de TNS e estamos à espera de aprovação”, disse Carlos Helena, salientando que, a Paróquia é pobre e não tem verbas para a execução da obra. “Se a TNS não for aprovada, não temos possibilidade para avançar com a obra, que é necessária, para dignificar a Igreja”. Lurdes Rodrigues, da Comissão Fabriqueira da Velosa também reconhece que, a intervenção é urgente e necessária porque “o telhado tem à vista uma estrutura em ferro e, tal como está, é muito feio”. Acrescentou que, o telhado do corpo principal da Matriz “também precisa de arranjo, porque quando chove entra um bocadinho de água” junto da entrada principal.
Incêndio ocorreu num dia de trovoada
A mesma responsável referiu ao Jornal A Guarda, que os habitantes da aldeia da Velosa, que tem cerca de 130 moradores, jamais esquecerão o dia em que a Igreja ardeu. “Naquele dia tinha havido trovoada. As pessoas deram conta do incêndio por volta do meio-dia. Recordo-me de tocarem o sino e, quando aqui cheguei vi as chamas na zona do altar. A população juntou-se, uns senhores abriram a porta do fundo e retiraram algumas imagens e as garrafas de gás do aquecimento. Ardeu a capela-mor por completo, o tecto da sacristia e o tecto da nave principal até mais ou menos ao meio”, contou Lurdes Rodrigues, acrescentando que a verdadeira causa do incêndio “nunca chegou a ser apurada”.
A Igreja manteve-se sempre aberta durante as obras que terminaram no dia 25 de Dezembro de 2005.
Jornal "A Guarda"

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